Investimentos chineses no Brasil mais que dobram e país se torna o 3º maior destino global
Em 2024, o Brasil ultrapassou a marca de US$ 4,2 bilhões em investimentos chineses, o que representa mais do o dobro do valor registrado no ano anterior. Esse montante faz do país o terceiro maior destino global para o capital chinês, atrás apenas do Reino Unido e da Hungria .
Esse avanço expressivo evidencia uma intensificação dos laços diplomáticos entre Brasil e China, com transferência de recursos para setores além dos tradicionais (como energia), alcançando áreas como veículos elétricos e delivery de alimentos. Ainda assim, há uma preocupação crescente: muitos desses investimentos seguem focados na importação de componentes para montagem no Brasil, limitando o desenvolvimento da cadeia produtiva local. O secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, ressaltou a importância de estimular a localização da produção para maximizar os benefícios econômicos .
Apesar do crescimento, o percentual ainda está abaixo da média histórica (2015–2019) de US$ 6,6 bilhões, o que sugere espaço para expansão futura . O relatório também destaca desafios estruturais que seguem limitando o fluxo de investimentos: a complexidade tributária brasileira e as rígidas leis trabalhistas.
Contexto e Implicações
Setores de crescimento: os investimentos chineses estão se diversificando para além da infraestrutura energética. O Brasil tem atraído capital para áreas de alta tecnologia, como mobilidade elétrica e tecnologia aplicada a serviços de entrega — setores dinâmicos e em expansão no país.
Desafios estruturais: o ambiente regulatório e tributário ainda é um obstáculo relevante. A complexidade do sistema de tributação e a rigidez do mercado de trabalho dificultam o estabelecimento duradouro e a multiplicação dos benefícios econômicos.
Repercussão econômica: a preocupação com criação de empregos e impacto positivo em empresas locais permanece entre as principais demandas dos setores público e privado.
Concluindo
A escalada dos investimentos chineses reforça uma tendência de atração internacional de capital, especialmente em setores emergentes. Contudo, a verdadeira transformação dependerá da capacidade do país em adaptar sua infraestrutura regulatória e incentivos industriais para promover maior entrega de valor, competitividade e integração dessas tecnologias no ecossistema produtivo brasileiro.

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